Os termos "mania" e "melancolia" remontam a vários séculos antes de Cristo. Dentre os antigos, foi Araeteus da Capadócia (que viveu em Alexandria no século I d.C.) quem escreveu os principais textos que chegaram aos dias actuais, referentes à unidade da doença maníaco-depressiva. Araeteus foi, segundo Angst e Marneros, o mais proeminente representante dos "Ecléticos", celebrizando-se pelo rigor de suas descrições clínicas. Foi o primeiro a explicitamente estabelecer um vínculo entre a mania e a melancolia, concebendo-as como aspectos diferentes da mesma doença. No capítulo V de seu livro "Sobre a Etiologia e Sintomatologia das Doenças Crônicas", escreveu: "...Penso que a melancolia é o início, e como tal, parte da mania...O desenvolvimento da mania é o resultado da piora da melancolia, em vez de se constituir na mudança para uma doença diferente". Mais explicitamente, escreveu: "...Na maioria dos melancólicos a tristeza se converte em alegria; e os pacientes então desenvolvem o que se chama de mania".
Cumpre notar que Araeteus diferenciou entre a melancolia (doença de causas biológicas) e os estados depressivos consequentes a influências ambientais (a actual depressão reativa).
Na segunda metade do século XIX, na França, Falret e Baillarger (independentemente) descreveram formas alternantes de mania e depressão, chamadas pelo primeiro de folie circulaire e pelo segundo de folie à double forme. Depois de um breve texto, publicado em 1851 ("De la folie circulaire"), Falret escreveu, em 1854, o trabalho "Mémoire sur la folie circulaire, forme de maladie mentale caracterisée par la reproduction sucessive et régulière de l'état maniaque, de l'état mélancholique, et d'un intervale lucide plus ou moins prolongué".
Se um homem chega à porta da poesia sem ter sido tocado pela loucura das Musas, crendo que a técnica é suficiente para ser um bom poeta, ele e as suas sãs composições nunca alcançam a perfeição, mas são completamente eclipsadas pelas consecuções do louco inspirado.
PLATÃO (427? a.C. - 347 a.C.)
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