Esclareçam-se e divirtam-se caros visitantes! :-)

Confesso que não sou possuidora de grande fluência, cada palavra é arrancada do fundo do meu senso perfeccionista e auto crítico. Acho que o termo correcto será que cada palavra é parida. Mas daqueles partos com dor no baixo-ventre e rins, só semelhantes a ser serradas pelo meio.

Posto isto, esta ideia dos blogues, de escrever – embora apelativa – não me é fácil, ainda por cima como qualquer bipolar, digno desse epíteto, sofro da dificuldade de levar uma tarefa a termo. Começo com as maiores e melhores intenções (mania) e deixo tudo a meio (depressão). É o meu anjo extrovertido às avessas com o meu diabo introvertido. O dia e a noite, o sol e a lua… Vivo esperançada, em cada projecto que enceto, na vitória do anjo, do dia e do sol!!!

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Valdemar

Tenho este texto escrito há muito tempo sem coragem de o publicar, ou melhor de o enfrentar, mas aqui vai...
(21/04) Hoje é o aniversário do meu casamento. Faz 18 anos que casei e quero dedicar este dia ao meu irmão Valdemar. Há dezoito anos ele soluçou e fez-me chorar como uma “madalena arrependida”, chorou mais que a minha mãe, na realidade ele era uma mãe: generoso, amoroso, altruísta, dedicado, babado…Enfim, um ser fora de série, um verdadeiro original.
São muitas as razões para me lembrar dele neste dia, todas irão perdurar na minha memória enquanto viva eu for. Porém é curto o tempo da minha memória, irá inevitavelmente desaparecer comigo. Sinto por isso a obrigação de passar o testemunho a outros para que passem a palavra acerca da existência de um ser extraordinário chamado Valdemar Henriques Pintassilgo. Impossível de esquecer, entranhado em nós os que o amamos, deixou marca em todos quantos o conheceram.
Estou sozinha, vou passar este aniversário sem o meu companheiro de muito mais do que 18 anos. Olho para os cristais oferecidos pelo meu mano, penso no vestido de casamento comprado com o dinheiro que ele me deixava na mesa-de-cabeceira, sempre que me visitava, desde que começou a trabalhar aos dezoito anos. É difícil viver este dia, por isso tenho de me esquecer de mim e lembrar, e fazer lembrar, quem já não vive entre nós, mas tem de continuar a viver nas memórias presentes e futuras. Temos de esquecer a dor e lembrá-lo com a boa disposição que lhe era característica.
Isto é tão lamechas que até dói, mas já Fernando Pessoa dizia que todas as cartas de amor são ridículas. Esta não é excepção.

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